Endometriose: e agora?
O PodEndo. é um podcast que aborda os desafios que as mulheres com endometriose enfrentam e apresenta dicas práticas sobre como viverem felizes apesar desta patologia. São episódios de 25-40 minutos com testemunhos e especialistas de saúde que procuram ajudar as mulheres a ter uma vida equilibrada.
- Autor: Inês Rosete
- Música: André Campos
- Brand: Maria Moita
- Investigação jornalística: Manuela Micael
- Gravação e edição audiovisual: Place Comunicação Audiovisual
- Estúdio: GDI Hub
O podcast não substitui nenhum tratamento médico nem a procura de ajuda médica junto de profissionais de saúde.
A endometriose é uma doença inflamatória crónica, estrogénio-dependente, que se caracteriza pela presença de tecido similar ao endométrio em localização extrauterina, provocando uma resposta local inflamatória. Uma forma particular de endometriose é a adenomiose, que se encontra no miométrio uterino e que pode ser focal ou difusa (1).
É considerada uma doença crónica que, na maioria dos casos, não tem cura e apenas pode ser controlada (2). Estima-se que afete aproximadamente 2 a 17% da população feminina em geral (3), assim como cerca de 50% de mulheres com infertilidade. Tendo por base os dados relativos aos Censos de 2021 (4), e se considerarmos que a endometriose afeta 10% das mulheres em idade fértil, a estimativa é de que, em Portugal, existam mais de 542.000 mulheres com esta doença, embora uma grande maioria esteja subdiagnosticada e uma outra percentagem possa ser assintomática.
Esta patologia, que afeta aproximadamente uma em cada dez mulheres em idade reprodutiva em todo o mundo, mais de 176 milhões (5), tem atualmente um impacto económico e psicossocial significativo (6). Sendo esta uma doença crónica e recorrente, tem um impacto acentuado na saúde física e mental da mulher, afetando todas as vertentes da sua vida: familiar, laboral e social (7).
A dor associada à endometriose é complexa e envolve uma componente somática, visceral e neuropática. Neste sentido, a abordagem terapêutica deverá ser multidisciplinar e personalizada, combinando terapêuticas farmacológicas, não farmacológicas e psicoterapia (7). Para além destas terapias convencionais, é de referir a importância de outras especialidades, nomeadamente a nutrição, a psicologia, a fisioterapia do pavimento pélvico e as terapias complementares.
Em resposta às limitações do tratamento médico, algumas mulheres tentam gerir a doença e aliviar os sintomas através de mudanças de estilo de vida, como por exemplo, na dieta, na prática de exercício físico e através de terapias complementares (3). Um dos desafios que enfrentam quando têm esta iniciativa é a disponibilidade de informação detalhada ou existência de fóruns organizados que lhes permitem compreender facilmente as opções que existem.
Na última década a sociedade (principalmente via Mulherendo 🙌) e a comunidade médica têm vindo a tornar esta doença conhecida sendo que, atualmente, o desafio prende-se com a compreensão dos benefícios do acompanhamento 360. Assim, neste projecto pretendemos criar, partilhar e difundir conversas com mulheres e especialistas de saúde que permitam às mulheres criar de forma autónoma a sua terapêutica multidisciplinar e personalizada. Através destas entrevistas pretendemos ainda ser um elemento promotor para que a doença seja compreendida pela sociedade e pelos familiares destas mulheres.